DOCENTES DA UFSJ AGUARDAM NOVAS RODADAS DE NEGOCIAÇÃO COM O GOVERNO PARA REAVALIAR ADESÃO À GREVE

Os docentes da UFSJ vão aguardar as próximas rodadas de negociação com o governo para decidirem se mantêm ou não a greve da categoria. Nesta quinta (6), eles se reuniram em assembleia, mas não reavaliaram a adesão ao movimento. A pauta incluiu informes, indicação de docentes mães para participação em grupo de trabalho, análise da conjuntura e ações pela reabertura da mesa de negociações, além da apreciação da contraproposta elaborada pelo Comando Nacional de Greve (CNG) e protocolada no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Nos informes, a mesa iniciou a discussão sobre a agenda de greve para os próximos dias. Nesta sexta-feira (7), os comandos das três entidades representativas da UFSJ participarão de uma reunião com a reitoria para tratar da greve. Na segunda-feira (10), haverá uma reunião do presidente Lula com os reitores das universidades federais. Na terça-feira (11), ocorrerá a reunião da mesa de negociação dos técnicos-administrativos em Educação (TAE) e na sexta-feira (14), a mesa de negociação dos docentes.

Para compor o grupo de trabalho para a elaboração de uma política para as mães trabalhadoras da UFSJ, foram indicadas as docentes Letícia Ribeiro de Paiva, Monique Muller Lopes Rocha, Rosely Lucas de Oliveira e Fernanda Omelczuk Walter. 

Na análise da conjuntura e de ações pela reabertura da mesa de negociações, o docente e membro do Comando de Greve dos Docentes da UFSJ, Rodrigo Chavez Penha, apresentou um histórico da greve, ressaltando que as negociações com o Governo Federal começaram ainda no ano passado.

“O governo já começa a negociação de um jeito muito estranho, propondo um aumento linear de 9% para todo mundo, só que as contas do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que temos uma perda de 30% ou mais, com o teto de gastos e as políticas dos últimos anos, e nosso salário está cada vez mais desvalorizado”, disse.

Seguindo a análise de conjuntura, a primeira secretária da ADUFSJ, Tatiane Marina Pinto Godoy, pontuou que o movimento se encontra em uma encruzilhada, uma vez que parte da extrema direita resolveu tentar pautar a greve. Por isso, é necessário retomar alguns pontos.

“O Governo Bolsonaro nos perseguiu, nos colocou como alvo principal de ataques. O que temos neste momento com o governo Lula é um governo de transição entre um governo autoritário e ultraliberal e um futuro que está em disputa. A greve e a mobilização, neste momento, são para disputar o futuro”, afirmou.

No último item da pauta, os docentes apreciaram a contraproposta elaborada pelo Comando Nacional de Greve e protocolada no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) no último dia 27. A proposta, dividida em 5 tópicos, defende: 
1. Rejeição ao "reajuste 0%" em 2024 e reivindicação de recomposição das perdas salariais, sendo 3,69% em agosto de 2024, correspondendo ao índice acumulado do IPCA ao longo de 12 meses até abril de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026, visando à recomposição parcial das perdas salariais e sem prejuízo de negociação ulterior de outras perdas;
2. Garantia de paridade entre ativos e aposentados e o reenquadramento dos aposentados na carreira na posição relativa ao momento de suas aposentadorias;
3. Aplicação de reajustes salariais lineares, sem revisão dos chamados "steps", e reivindicação de uma mesa de negociação permanente para discussão ampla da carreira, na perspectiva de alteração da situação de desestruturação vivida hoje;
4. Criação de uma mesa nacional permanente da educação para discussão do orçamento, reafirmação da reivindicação de recomposição orçamentária para as Instituições Federais de Educação (IFEs) no patamar mínimo de R$2,5 bilhões, em 2024, com o objetivo de restabelecer os investimentos de verbas de uso discricionário segundo os de 2016, com as devidas correções inflacionárias, bem como manutenção dos pisos constitucionais da saúde e educação;
5. Reafirmação do “Revogaço”

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