#TAMUJUNTOADUFSJ: CURSINHO POPULAR RECEBE APOIO PARA AUXÍLIO ÀS FAMÍLIAS DOS ALUNOS

Professores sindicalizados se unem à ADUFSJ em campanha para aliviar efeitos da quarentena no dia a dia das populações carentes

O Cursinho Popular Edson Luís (CPEL) foi idealizado por militantes do Levante Popular da Juventude (LPJ), em 2014, e faz parte da Rede de Cursinhos Populares Podemos Mais, que luta pela democratização da educação no Brasil. A rede atua em 21 estados brasileiros, em 50 cidades e tem um total de 60 turmas. O CPEL também é um programa de extensão da UFSJ e foi premiado por três vezes como destaque da Semana de Extensão Universitária da UFSJ (Semex).

A presidenta da ADUFSJ - Seção Sindical, Maria Jaqueline de Grammont M. de Araújo, ressalta a importância que a rede de cursinhos populares tem no resgate social e na criação de possibilidades para alunos que não teriam acesso a esse tipo de formação. “É um movimento que tem uma força muito grande, uma organização coletiva muito bonita em uma perspectiva de educação popular, que tem como objetivo a emancipação das classes populares. Para isso, atua na consolidação dos conhecimentos necessários para o ENEM, mas não se restringe a mera transmissão desses conteúdos, pois tem como princípio a conscientização social e a luta contra as desigualdades sociais, o que envolve uma formação mais ampla, crítica e conscientizadora”, destaca Jaqueline.

A parceria entre o CPEL e a UFSJ aconteceu porque uma grande parte dos membros do Levante também eram alunos da instituição. Além disso, alguns professores da universidade também davam aula no cursinho Edson Luís voluntariamente. A partir desse encontro, surgiu o projeto de extensão. Através dessa parceria, as aulas do cursinho passaram a ocorrer em uma sala de aula do Campus Dom Bosco e a UFSJ passou a oferecer material para o funcionamento do cursinho, entre eles a produção de material didático.

Grammont destaca a relação de aprendizagem e parceria, através desse projeto de extensão, que possibilita aprendermos com um movimento social “que tem uma longa tradição de cursinhos populares.” Além disso, os discentes da UFSJ são a maioria dos docentes voluntários do CPEL. “Os alunos dos cursos de licenciatura vão atuar como professores no cursinho e vão ter a possibilidade da vivência real da docência. Nesse processo, a universidade aprende com essas populações, o que elas precisam e no que pode contribuir e eles nos dão esse retorno na formação dos nossos alunos, futuros professores de diferentes áreas”, afirma Jaqueline.

O cursinho oferecia aulas de segunda a sexta-feira para 50 alunos das 19 h às 22h50, até que a chegada da pandemia fez com que as atividades fossem suspensas. O CPEL oferece, também, acesso a orientação profissional, simulados pré-ENEM (esses abertos a toda a comunidade), ao Seminário de Educação Popular, saraus de encerramento de ano, festa junina, rodas de conversa, oficinas, etc.

Durante a quarentena os professores voluntários estão produzindo vídeo-aulas que são postadas diariamente no Youtube. Esse material também pode ser encontrado nas outras redes sociais. Os professores também oferecem sugestões de filmes, livros e ajudam a montar cronogramas de estudo. 

Nara Marques da Silva, graduanda em história na UFSJ e que faz parte do núcleo pedagógico do CPEL, ressalta que uma das lutas da Rede de Cursinhos Populares é pela suspensão do edital do ENEM até que se tenha uma visão de como e quando vai terminar essa crise provocada pelo coronavírus. Além disso, o projeto começou uma campanha de financiamento para fornecimento de cestas básicas, produtos de limpeza e de higiene para as famílias dos alunos do cursinho e recebeu apoio do edital da ADUFSJ.

Nara ressalta a importância dessa atitude da ADUFSJ em um momento tão crítico.  “Acho que essa iniciativa é de extrema importância para a sociedade são-joanense, tendo em vista que a crise está atingindo fortemente as camadas populares do município e muitos não estão conseguindo o básico para o sustento da família. Sabemos que o ideal seria que os governantes trabalhassem para que as famílias não ficassem desamparadas, mas como já dizia Cidinho e Doca ´Se eles lá não fazem nada nós fazemos por aqui’, infelizmente é ‘nós por nós’ e por isso é tão importante iniciativas como essas de financiar projetos que estão atuando para salvar vidas!”, afirma

Maria Jaqueline reconhece a relevância da inciativa de professores e sindicato contribuírem para amenizar a carência das famílias dos alunos do CPEL. “Estamos num momento que a única coisa que podemos fazer de grande, que nos dá ânimo, é ajudar aqueles que mais precisam. Tem muitas populações procurando ajuda e nós, enquanto sociedade, estamos tendo de contribuir com ações que seriam responsabilidade dos governos municipal, estadual e federal que, infelizmente, não vem cumprindo com o seu dever de dar suporte a essas populações nesse momento tão crítico”.

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