DOCENTES APROVAM INDICATIVO DE GREVE, CONFIRMAM ASSEMBLEIA UNIFICADA NA SEGUNDA (16) E ADESÃO À PARALISAÇÃO DA QUARTA (18)

Na segunda (16), haverá assembleia unificada com técnicos e estudantes. Na quarta (18), paralisação da Greve Nacional da Educação

Com 49 votos favoráveis, dois contrários e duas abstenções, os docentes da UFSJ aprovaram indicativo de greve, nesta quinta (12), em assembleia estendida realizada nos quatro municípios que sediam os seis campi da instituição.

Na segunda (16), eles participam da Assembleia Unificada com técnicos e estudantes, com o propósito de construir a Greve Geral da Educação, que prevê uma paralisação na próxima quarta (18). As outras duas categorias também já aprovaram indicativo de greve.

Professores, técnicos e estudantes também estão conversando com outras categorias de servidores públicos, como a dos professores da rede estadual de ensino, já em greve desde o dia 11/2, para tentar conquistar mais adesões ao movimento.

Cenário desfavorável

Na assembleia estendida, os diretores da ADUFSJ apresentam uma lista de ataques contra os serviços públicos brasileiros. Eles lembraram que, depois das reformas Trabalhistas e da Previdência, que retiraram direitos dos trabalhadores sem gerar os empregos e a economia prometidos, agora a prioridade do governo é a reforma Administrativa, que ataca diretamente os serviços públicos, abrindo espaço para as privatizações.

“É um cenário desfavorável, mas este cenário só vai piorar. Sem uma resposta à altura, vamos entregar as universidades públicas nas mãos do mercado privado”, afirmou a presidenta da ADUFSJ – Seção Sindical, Maria Jaqueline de Grammont Machado de Araújo.  

Segundo ela, não só a educação pública, mas todo o serviço público brasileiro vive o pior ataque da sua história, com o risco de aprovação da PEC Emergencial, encaminhada ao Congresso pelo governo Bolsonaro, que prevê a redução dos salários dos servidores em até 25%.

Suspensão das contratações

Outro grave problema relatado pela presidenta é a suspensão da contratação de professores e técnicos imposta. Segundo ela, só em 2020, a UFSJ terá uma demanda de contratação de cerca de 100 professores efetivos, sem falar dos substitutos.

Ela relatou que, em conversa com a direção da Seção Sindical, o reitor Sérgio Augusto Araújo da Gama Cerqueira disse que o MEC permite a contratação de 30 docentes para a UFSJ, desde que a instituição tenha recursos orçamentários, o que não é o caso.

“Sem professores efetivos e substitutos, a nossa carga horária vai aumentar muito.  Isso também inviabilizará a pesquisa e a extensão”, afirmou.  

Janela de oportunidade

A vice-presidenta da ADUFSJ, Ana Pimentel, avaliou que a chegada do Coronavírus no país, somada à crise entre o governo Bolsonaro e o Congresso, abre uma janela favorável para os servidores públicos conquistarem o apoio da população e dos parlamentares.

“O governo aprovou o teto de gastos para a Saúde e para a Educação. Agora não tem recursos para conter a explosão do Coronavírus. Quem resolve os problemas da população é o SUS, é o serviço público. Não é o mercado que vai solucionar a questão do Coronavírus”, afirmou.

Categoria fortalecida

De acordo com Maria Jaqueline, a aprovação do indicativo de greve deixa a categoria mais fortalecida para reagir aos ataques do governo e construir uma luta unificada com outras categorias.

A Assembleia também aprovou a criação das comissões de Mobilização e Comunicação, com o propósito de ampliar o movimento dentro e fora da UFSJ.

Dentre as várias propostas apresentadas por professores da base, foi recorrente a de empreender esforços para conquistar o apoio da população das cidades que sediam os campi da UFSJ.

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