Candidatos a reitor da UFSJ debatem suas propostas no Campus Centro-Oeste Dona Lindu

O 2º debate teve boa presença de público e foi bem avaliado, mas comunidade acadêmica reivindica mais tempo para apresentação de propostas

O auditório do Campus Centro Oeste (CCO) ficou pequeno para abrigar os professores, técnicos e alunos ansiosos para acompanhar o 2º debate da Pesquisa para levantar opiniões sobre o novo reitor da UFSJ, que aconteceu nessa quarta-feira (13), entre as três chapas participantes. O professor Alberto Tibaji, membro do Comitê Executivo responsável pela pesquisa, ressaltou do modelo da disputa em vigor. “Esse ano estamos tendo uma novidade que é a constituição dos programas e da presença de três pessoas em cada chapa, ao invés de dois nomes, como é habitualmente. O que eu acho que fortalece a discussão programática. Ao invés de discutir questões menores, o que se discute é o programa. [...] Não é simplesmente alguém que tenta a candidatura, mas um grupo de pessoas em torno de um determinado programa, plano de gestão ou projeto de trabalho.”, definiu Tibaji. 

Rosy Iara Maciel de Azambuja Ribeiro, candidata pela chapa 1, UFSJ Transparente e Coletiva, destacou a presença e participação da comunidade acadêmica. Ainda assim, segundo ela, quem acompanhou o debate no CCO esperava ouvir mais das propostas das chapas. “Espero que nas próximas vezes a gente consiga falar mais das propostas, esse é um momento muito rico”, afirma a candidata. Quanto às demandas específicas do CCO e os planos de sua chapa para o campus, ela declarou: “No caso dos servidores são maior qualidade de vida e liberdade de expressão. Quanto aos estudantes, cada curso tem demandas diferentes. Os docentes precisam de apoio pedagógico e os pesquisadores, de uma estrutura melhor em relação ao custeio”. Para Ribeiro, as questões burocráticas muitas vezes são duplicadas no CCO, por se tratar de umcampus fora de sede, o que inviabiliza algumas questões.

Laila Cristina Moreira Damazio, candidata pela chapa 2, UFSJ Inovadora e Inclusiva, destacou a importância do debate para a exposição de ideias dos candidatos. Entretanto, Laila lamentou o tempo curto reservado para que pudessem expor todos os planos e projetos para o engrandecimento da instituição. Damazio tem uma visão positiva do processo eleitoral e acredita que a universidade sairá mais forte ao final do processo. “Eu vejo que todo mundo que está aqui, que todas as chapas, estão interessadas no melhor para a UFSJ. E todos somos servidores e estamos propondo plano de gestão para o fortalecimento da universidade.” Ela ainda chamou a atenção para o fato da atual disputa contar com três chapas: “É importante termos três ideias de plano de gestão. Eu acho muito importante esse momento para a universidade e el tem que ser valorizado.” 

Eduardo Sérgio da Silva, candidato pela chapa 3, Continuando no Caminho Certo, se queixa de ter tido poucas oportunidades de apresentar as propostas da chapa durante o debate, devido aos questionamentos estarem voltados para dúvidas, críticas e esclarecimentos sobre a atual gestão. “O que eu quero é construir uma universidade melhor na próxima gestão”, afirma. Questionado sobre as demandas específicas do CCO e como atuar sobre elas, declarou: “O campus já está formado, nós precisamos de novos recursos e de novos investimentos, assim como o CAP, o CSL e os campi da sede”. Segundo Silva, um dos pontos defendidos pela chapa 3 é a união e harmonia entre os campi da UFSJ para que  se tenha uma universidade forte e de qualidade.

Fernando Varoti, professor de Bioquímica e Farmácia enalteceu a importância do evento ao declarar que: “O debate para democracia é crucial e hoje a UFSJ contribuiu com um exercício esplendoroso. É de suma importância que isso ocorra nesse momento em que o país atravessa”. A possibilidade de conhecer um pouco mais das ideias de cada chapa, da comunidade acadêmica expressar suas dúvidas e questões em relação ao futuro da universidade foram pontos destacados por Fernando. Questionado sobre suas expectativas sobre o futuro da entidade a partir da escolha do novo reitor, ele enfatizou o crescimento da UFSJ nos últimos dez anos e a perspectiva de consolidação da entidade. “Eu acho que esse é o caminho e para que aconteça, a minha torcida e de todos que compõe a UFSJ é que nossa vontade seja respeitada pelo MEC, seja referendada pelo MEC.”, finalizou Varoti. 

A esperança de que o governo federal referende o resultado da pesquisa também é o desejo do professor e pesquisador do curso de bioquímica, Daniel Bonoto. Ele se surpreendeu de forma positiva com o nível do debate, pela forma respeitosa que foram debatidas as ideias de cada concorrente e considerou esse momento fundamental para que a construção da universidade no futuro. “Espero que as três chapas realmente trabalhem democraticamente, que aceitem o resultado da consulta. Porque aceitando o resultado, que não é oficial, nós vamos ter um fortalecimento da democracia e da autonomia da universidade”, enfatizou Daniel. 

Um dos destaques do evento foi a presença massiva dos alunos do Campus Centro Oeste, dispostos a ouvir as propostas, mas também com expectativas de levar aos candidatos a reitoria as demandas da comunidade acadêmica do CCO. Entre eles, Marcela Regina Azevedo de Castro Oliveira, estudante do curso de enfermagem. “O debate tem uma importância muito grande porque você tem um pouquinho da visão de como é a proposta, como é o posicionamento de cada candidato. Infelizmente o debate tem um tempo muito curto. Então foram feitas poucas perguntas e as perguntas sobre as demandas do campus acabaram não sendo contempladas.”. Marcela disse, ainda, que devido ao grande número de reivindicações, as entidades estudantis têm se reunido com os representantes das chapas, buscando através desse diálogo o compromisso com a pauta de exigências especificas do campus instalado em Divinópolis, Minas Gerais. “

O assistente em administração do CCO, Flávio Henrique da Silveira, afirma que entre as principais demandas da sua categoria estão melhores condições de trabalho para os técnicos, valorização da carreira e a luta diante de políticas que possam prejudicá-los. “A próxima gestão terá que ter uma comunicação muito forte com o governo, em prol de que os direitos trabalhistas conquistados não sejam perdidos”, declara.  Para ele, em um momento de políticas mais “rudes” do governo, se não for possível conseguir mais direitos, é importante pelo menos não perder nada. 

O terceiro debate da Pesquisa para levantar opiniões sobre o reitor da UFSJ no quadriênio 2020/2024 será realizado na segunda-feira (18), no CSL, em Sete Lagoas, a partir das 14h. 

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